quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Casulo Papilônio



Vai, Amor!
Avia!
Sai daqui de dentro
e encerra essa agonia.

Eu sou casulo, você borboleta.
Hoje é seu dia, único dia.

Portanto, trate logo de voar pro fim
e faça valer essa explosão de Eu,
que se deu
em mim.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Carne da Carne

Os ideais de modernidade tendem a eliminar o verde e abafar a Vida embaixo do concreto, como a ser o concreto a coisa que há de mais essencial.

 Pois...

 Como pode haver riqueza na Vida sem o cheiro da pureza de uma planta, quando esta brota independente no chão? A Natureza é que sabe das suas vontades próprias. Nós, somos apenas carne da sua carne.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Vai lacrimejar num samba, vai !

Há de haver compaixão
 para aqueles que dizem Não?

O anti- herói desgarrado da trama,
veio abraçar a escolha;
mirar no fundo do peito
 flor que nasce da lama.

E assim foi que pediu perdão
por não ser bom moço a todo momento,
no desenrolar desse enredo Vida:
da cena morte até o nascimento.

"Un coeur a fleur de peu.
Ne suffre pas, mon ami."

Digo não porque mereço,
porque como as crianças que vivem de pés no chão, eu aprecio muito mais as brincadeiras que me ascendem o corpo, me enchem de ar e inauguram em mim sempre um novo Silêncio.

Coisas como essas que sequestram toda a atenção para esse lugar onde não há certo ou errado; onde eu não preciso impressionar ninguém, nem acertar a combinação entre a blusa e o sapato; onde  não preciso agradar para ser aceito; ou dizer sim quando não estou com a verdade nisso.

Simplesmente...
- "Licença aqui, que eu só quero ser Eu."

Se isso incomoda,
vai lacrimejar num samba, vai!

domingo, 18 de outubro de 2015

In-Visível

O mundo anda cheio, inchado.
Há muitos conflitos nas fronteiras.
Há muitos perigos na rua;
ali do lado de fora,
mais dentro do que se pensa,
no vão do desconhecido.

Aqui, do lado de dentro - morada que me habita,
o mundo é só essa hora:
cenário do Invisível,
que indizivelmente
acontece.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Ninguém & Alguém


E para além da pré-ocupação de providenciar o ter-aonde-cair-morta,
Quero é seguir na fé de me erguer viva a cada dia.

Abrir as portas cedo, 
deixar o sol entrar.

Quero plantar uma horta.
Esverdear presença.

Deixar o Amor.
Partir.
 Em boa hora.

Fazer caminho de novo.
Chegar ali, além, alado.

Abandonar as roupas e as garrafas secas,
encher meu corpo d'Água sem medir as vontades.

Nos permitir leveza...
Louvar em cada um
o que ninguém nem vê.

Deixar de mim aquilo que não dá precisão
e se espalha no Tempo,
no Vento,
no Coração,
nos brotos,
na Primavera.

Só as crianças sabem:
Que o poema jamais precisou de romance.

A poesia precisa é de cheiro,
A poesia precisa é de planta,
Porque o salão da Beleza não tem solidão. 
E a poesia se doa, pelo Sim, pelo Não.
E não pede troco, nem troca.
Já que pode abrir-se e aceitar de si o que vier,
sem medo.

Ninguém deu nada a Alguém.
Alguém nem viu...

E pra terminar essa estória... Era uma vez!

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Em romance com a Presença





As Ervas me abrem os portais do espírito,
 os tantos espíritos que me São.
Sinto isso todos os dias...

Planeta Terra,
eis aqui eu me encontrando a percorrer missão,
a caminhar Tua pele morena
de ascendência Tupinambá.

Eu te agradeço a imensa chance de viver o Amor.
E todo dia escolher mote, enredo e presença -
o romance tranquilo de quem contempla.

Vamos sem pressa...
O que seria de mim se não fosse o som?
O que seria de mim se não fosse o irmão ?

Lado aliado agora vem despertar o querer: vida, viola e coragem.
Pra viajar minhas veias, ir lá no fundo e voltar.
Compreender, entregar, beijar sem medo -
feito criança.

O meu lugar tem história
sendo o que É, do seu jeito.
E anuncia dentro de mim:
 Quero viver o meu sangue!!!

Quero curtir minha peles também,
saber deixar para trás, ir além.
Saber despir quando for necessário,
feito serpente a deixar rastro d'alma,
tecendo o fio entre o chão e o infinito

itinerário.