segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A MENINA QUE TINHA MEDO DE ESCURO

Meu bem,
Eu sempre fui mais
do que podiam prever
os tantos delírios banais
que a gente nem sabe viver

A minha graça é afeto
Meu codinome é amor
Desculpe se não consegui
encontrar rimas ricas
dos meus pecadinhos ateus
para os seus

Por pura inocência
ou por precaução
você só me dava um sim de brinquedo
Eu ia na contramão

Me lembro de quando você preferia
o arroz soltinho que só eu fazia
das nossas tardes sem fim
dos domingos sem faustão

Quando eu era violão
você vinha de surdo
Se eu falava em sentimentos
só ficava mudo

E na doce malícia
do seu braile amador
tateava as palavras
desse meu coração
Você não adivinhou, não...

Meu amor é a metáfora
um escravo da liberdade
E pelas brechas que o seu olhar me deu
pude ver sem vaidades
os seus segredos sem asas

Mas, digo e é verdade
eu nunca quis te aborrecer
e nunca houve tanto perigo assim

Um lugar ao sol é de se conquistar
não é decreto
E você já é mais um carinho
que mora aqui
em casa.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011




Eu silencio o meu amor na canção, sonhando um dia que você escute a voz do meu silêncio.
No sabor mais doce dessa ilusão, quem sabe você não silencie comigo e se deixe cantar por mim.
Te canto... canto e você nem ouve. Creio e você nem vê.

Por que o chão tem que se perder dos meus pés?

Por que é que a centímetros, me sinto de outro planeta, te vejo a anos-luz?

O que mais eu poderia querer saber se é a dúvida que me conduz?

Eu não sei, eu não sei. Nem posso dizer que já fiz planos. Penso eu que só vivo no engano mais verdadeiro que já poderia. Como pode?

Por que os meus pés insistem no céu se há gravidade?

Por que o que eu sinto é tão grave?

O que é que me cabe?

Onde é que eu caibo?

Eu não vivo de 'ontens'. E nem saberia, sobretudo, quando ele nem me trás tanta alegria.
Não suponha delírios. Eu não sou tão normal a ponto de enlouquecer.
Mas, sou doida o bastante para poder perceber que em mim mora outra coisa, a qual não sei dar nome, não sei dar métodos, nem sei dar prêmios, nem dar objeto e nem insultar, e nem tanger fora, e nem nada...