segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Argumento Cafeínico Embromático Auto-Altruísco



Eu queria tanto que ela dissesse:
Vamos tomar um café lá em casa!
Eu queria tanto rasgar a página.
Mas, como é faz coisa dessas?
Se a poesia é assim cristalina.

Se eu pudesse eu podia
e fazia por onde...
Para que?
Para quem?
Para ontem?
Já vai longe... já passou.

O hoje é o segredo da Vida
É manifestação desatada.
É o córrego vivo.
É o bom do café.
É o pó da estrada.
É o gosto
e eu gosto.
É o gesto
e eu mostro.
E eu chamo.

Por que será que ela não vê?
Por que será que ela não vem?

Por que cargas d'água ela não fala  nada
para que eu possa sentir além?

Faço por onde para o que é hoje.
Fico parida. Parto do agora.
E o amanhã?
Esse daí não demora
e nem eu tenho pressa.

Pois esse bicho do futuro
até que não deve tardar.
Mas vai que resolve faltar...

E aí?
Vai me chamar pra tomar um café?
Pode ser na padaria.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Dona Renona - Um Fantasma em 4 de Dezembro



Dona Renona anda
aonde a onda é água
e ainda emerge em atos.

Legendas desses retratos
nos vêm lhe dar cor di nome.
Por sonhos desconhecidos:
folclores de uma pessoa.

Dona Renona rema,
navega identidades,
transborda as águas doces,
levita no colo da gravidade -
por amar (feito pluma).

Dona Renona rir-se
da pompa do seu renome.
E acha muito gozado
seu nobre não-existir.

Dona Renona anima
anônimas hemo-poesias
que as prosas de uma Maria
dilataram até sangrar.

Dona Renona nina
o soninho de Dadá -
senhorinha manga-rosa
dos prazeres e poderes.

Nas cantigas dos bem-quereres
o Bem-Amar se aprende,
se faz desprender pelo vento,
pro vento soprar-se no corpo
e este, entoar-se na voz.
A voz mergulhar numa foz
de rio escorrendo pro mar.

E o mar - que é fonte de entregas- não nega,
não queixa, se deixa, se deita e deleita
em ondas nesse lugar...

Por onde Dona Renona
ainda há de andar.