quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Fé com Farinha

E pra lá de Tudo, existe aquilo que só se alcança através dos olhos que nada vê.
Aquilo dos ouvidos sempre prontos do Silêncio e que a palavra nem supõe.

Existe o que Existe.
Aquela quimera-toda-de-semanas-atrás, dentro da qual /por vezes/ nos sentimos loucos boiando no caldeirão de linguagens sem signos, uma hora, tem que descortinar. E mesmo que Tudo dê em Nada, é assim que é. E água que é Água, aceita.

Uma hora chega a hora da nuvem virar chuva, benção, chão e verde regados...

Os olhos estão para a realidade, assim como a percepção está para o Universo.
 Há muita coisa passando, há muitas Vidas em uma só.
Como não sonhar? Como não querer fazer malabares com o impossível?
Como não rir na cada do Impossível?

Loucura?
Provavelmente.
 É o que muitos dizem, pelo menos.
Só que para lá das diferenças todas, há o que chega, o que leva, o que não somos nós, o que constrói-destrói. Há o Espaço e o Tempo dançando agarrados e a gente fingindo que não sabe dançar, querendo que os dois se tornem alheios... como numa espécie de cirurgia que tem propósito de estirpar siamês de irmãos.

Não...
Eu quero acreditar. Eu prefiro viver de Sim. Comer fé com farinha. Por óleo na secura da carne. E me fazer crer que não tenho mais medo de nada, como quando eu era guria e me sentia grande e forte.

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