sábado, 2 de abril de 2011

É NISSO QUE DÁ FICAR SEM CELULAR

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Rodei o Campo Grande todo
Ponta a cabeça
De fora a fora
Tudo pra achar um orelhão
E te ligar naquela hora
Já não fazem orelhões como outrora

Oh que saudade que eu tenho do tempo das fichas!

O sol me sapecando o couro
em pleno meio-dia
mas eis que chega minha sorte
ainda que tardia
Ali na esquina da baiana
filha da cidade maravilhosa
aquela mesma baiana
que vende acarajé com soja

Bem ali na rua do teatro
que tem nome de poeta
Tava lá
O orelhão
que aliás
nem deu conexão

De tanto pensar em você
e tão forte
Quase que disco seu nome
em vez do número
só não me pergunte como

Queria contar logo
a novidade que vi
nas curvas do pensamento
enquanto Jah me contava
e cantava o seu silêncio
e o mundo assim se calava
só porque eu não ouvia
seus excessos de buzina

Em seguida eu me dizia:
“Viver é a coisa mais gostosa
que existe na vida!”

Duvida?
Eu não!

Só pelo simples prazer
de poder vos dizer
tudo isso em canção
Aqui dentro da selva urbana
onde telefone público
é bicho em extinsão

Precisava dizer isso
antes que contratempos e concretos
imbaçassem de vez minha fé
E sabia que minha empreitada
era pra não te privar de ouvir
até ali, o que eu sentia
então, se não tive um orelhão
eu fiz essa melodia.

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