quinta-feira, 23 de abril de 2015

in cyber prosa

 - "amor."


- "Eu."


- "como está tu?"


- "Hoje, bem profunda."


  😀
    - "vai pro rio quando?"


- "Segunda."





(entre eu e Pedrinho)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Um em Dois



Amor. Sexo.
Não entendo a bipartição.
Compreendo os dois como Um.
E digo mais: sinto.

O ato em si é rito, oração de pele, dança...
Um deixar-se ver em Luz. Partilha.

Não sei porque das dicotomias.
Não sei de urgências e carências, se o que chama é a alma.

Almas e corpos se embalam e bailam compasso líquido.
Sons procriam a ternura. Dengo, dengo, dengo...
 A festa do cheiro!

Eis o querer que me quer, lá de longe, onde o ego não alcança.
Não há disputas e nem necessidade de ser o conquistador.
Não há nada nem ninguém a ser conquistado quando o Amor é o movimento, se o UM está no dois.
E se há Amor, tudo converge.

E nessas horas não basta saber dar.
Não basta repetir mil vezes para si o quanto se é capaz de ser assistencial com o outro.
Receber também é dom. É bom!

Abrir o peito é uma arte.
Arte é o que faz abrir o peito.



sexta-feira, 10 de abril de 2015

segunda-feira, 16 de março de 2015

O MANIFESTO DO AMOR MUDO



Há dias que nos são dados como presente, oportunidade de escancarar peito. Ainda assim, cada dia é uma peleja. Oras mais tranquila, oras mais fervida.

Por vezes, sinto que o Amor é o desafio. E ele - que de coitado não tem nada - anda mudo em cada esquina onde se encontra um protesto, uma pedrada, uma difamação contra a classe do outro; contra alguém que governa o que já está mais do que desgovernado.

Quanto a mim, sigo cantando, para tentar dar voz ao Amor. Mas, tem horas que só as cartas-de-amor mesmo. Dessas mais afins, sem melindres de melancolia, sem chorosidades, sem jogos, esquivas, ou exageros de festa urbana.

O que sei é que só preciso dizer Sim.
Eu quero aceitar. E aceito, antes de tudo, o Amor dentro de mim, me habitando as vísceras para que elas não fiquem pálidas. 
Acolho o Ego como posso e digo para ele mesmo:
- "Se suporte nas pernas em horas bambas, quando o barranco desabar, ou se for preciso fazer acrobacias cronológicas".

Mais uma vez, Orientação é a palavra que eu peço. Invoco de lá de dentro de mim a fim de admitir que posso SIM viver de pele e cumplicidade, pois isso está para lá dos méritos, merecimentos, ou alegorias curriculares. Eu posso sim viver o Amor, exatamente onde em mim há mais palhaçada do que sensualidade. Posso viver o Amor, porque tenho disposição.

Sou de uma entrega funda, larga, feito fonte, feito ponte. 
E pode ser que isso acabe, quem sabe...
 Mas, qual é mesmo a gravidade do fim? 
Pode ser que no primeiro inverno sobre água para tanto fogo deixado pelo verão. E quem poderá sanar o fim das coisas, se todas as coisas um dia vão ter fim? Ou por acaso alguém ainda espera que exista analgésico? 

As coisas só sabem ser o que elas são. E é exatamente pelo fim que terão, que carecem de um começo para poderem ser coisa. Caso contrário, ficam só pairando na atmosfera dos delírios quânticos e suas infinitas possibilidades.

Do Destino eu não sei, ou sei muito pouco. Mas, o aceito também, como aceito o Amor me habitando. E apesar da fé de tê-los de mãos dadas ao longo de todo o caminho (o Amor e o Destino), creio que só mesmo vivendo o caminho para se saber destino. Pode ser que seja o caso de simplesmente estar vivo em pulso cheio. 

E aliás, me passa também que viver é simples demais, como sentir o sabor do que se come. Sem gula e sem pressa, por favor! Pois, já está mais do que claro que isso de empanturrar-se nunca alimentou ninguém. 

Quero amar sim, juntando a sede ao tamanho do pote... 
Deixando que o cheiro anuncie que a delícia antecede o prazer de morder a carne.

  A porta já está aberta. Mas, não sou boa nisso de lançar olhares de sedução marcante, ensaiada na frente do espelho embaçado do banheiro. Sei mesmo é fechar os olhos e me deixar guiar pelo pulso natural do Bem-Querer, porque esse sim me mostra tudo o que não se pode ver - sem embaraços. 

Não sei declarar o Amor em verbos rebuscados. Só sei fazer piada e apreciar o peito palpitando quando aquela pessoa querida ri das minhas graças, fazendo com que elas pareçam maiores do que são.

Agora me parece que nem as portas existem mais... 
eu sou o quintal inteiro, cheio de chão, cheio de Sim.

"Vem me regar, Mãe!"


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Fé com Farinha

E pra lá de Tudo, existe aquilo que só se alcança através dos olhos que nada vê.
Aquilo dos ouvidos sempre prontos do Silêncio e que a palavra nem supõe.

Existe o que Existe.
Aquela quimera-toda-de-semanas-atrás, dentro da qual /por vezes/ nos sentimos loucos boiando no caldeirão de linguagens sem signos, uma hora, tem que descortinar. E mesmo que Tudo dê em Nada, é assim que é. E água que é Água, aceita.

Uma hora chega a hora da nuvem virar chuva, benção, chão e verde regados...

Os olhos estão para a realidade, assim como a percepção está para o Universo.
 Há muita coisa passando, há muitas Vidas em uma só.
Como não sonhar? Como não querer fazer malabares com o impossível?
Como não rir na cada do Impossível?

Loucura?
Provavelmente.
 É o que muitos dizem, pelo menos.
Só que para lá das diferenças todas, há o que chega, o que leva, o que não somos nós, o que constrói-destrói. Há o Espaço e o Tempo dançando agarrados e a gente fingindo que não sabe dançar, querendo que os dois se tornem alheios... como numa espécie de cirurgia que tem propósito de estirpar siamês de irmãos.

Não...
Eu quero acreditar. Eu prefiro viver de Sim. Comer fé com farinha. Por óleo na secura da carne. E me fazer crer que não tenho mais medo de nada, como quando eu era guria e me sentia grande e forte.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Bien

E numa leve conclusão, o fim da tarde se mostra:
 "Você sabe que o abraço foi bom, quando a pessoa respira dentro dele".

Logo depois veio isso aqui:


Vamos ao mar, Maria
Vamos à fonte
Vamos à Guia

Tudo o que é nosso é parte
 Só foi feito pra deixar

Doe seus braços
Voe pro centro
Pois o abraço
(Se é bom) cabe dentro
Lento e profundo
bem de respirar

Tudo o que é nosso é tão fruto,
não é coisa de comprar

Logo essa chama se finda e apaga
Vira outra coisa. - Voa andorinha!
Não há quem pague o preço da hora.
Em prorrogar o Agora te finges,
roga-te pregos e crises,
riscos de cruzes e pragas.

Tudo o que é são nasce livre.
Asas são só pra voar.

Rega, que nada resseca.
Cuida, que cores florescem.
Rompe grilhões, grita, forte.
Lance os teus pés ao caminho.
O som da estrada te espera.

E se o danado do medo insistir
em se fingir de festeiro e vestir
o abadá d'alegria:
Vamos amar, Maria.

Vamos ao Sol, que o dia
quer perfumar essa Luz que te leva.