quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PÓS-VERBO PÓS CORPO PÓS-MUNDO

Ôh, mulher
olha eu me dizendo o tempo inteiro
as palavras já se foram, porque elas não dão jeito

É meu corpo, é meu sono, é meu cheiro
Isso é que vida,
é a vida que pulsa e expulsa
tudo que há em mim que não sou eu

Não é meu corpo que controla minha vida
Ela é que se mostra através de meu corpo
Usando esse mero instrumento
E suas ferramentas
minhas veias que sagram
O meu peito que enche
E a minha imaginação de criança

Oras, mulher
não é tão difícil assim
é um pouco mais que as verdades
elas a mim pouco importam
elas são só corpos estranhos
que entram em mim e me dão alergia
outras vezes alegria
mas, o que importa mesmo
é o espírito delas

O que mora em mim é que é muito
Meu corpo é um apenas um mundo
Mas antes eu sou o Universo
Pra lá de um corpo
Sou o espírito da verdade
Bigbangueando por dentro
Para simular o Universo
Do qual é matéria e faz parte

Olhos que esperam, me assustam
A indiferença, às vezes, consola
Porque ela não questiona, não fuça
Ao passo que a espera fala muito alto
E não escuta

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