quinta-feira, 11 de abril de 2013

Dança da Chuva - Bailando de Buenos Aires até o Sertão

Ô, Chuva, deixe de tango!
Chegue prum dengo
um xote gostoso, um galope, um baião.

 Largue de enchentes, vexames, lamúrias.
Venha molhar esse chão que te implora.
Vem animar plantação que tem sede
do que em ti sobra em farra, alegria.

 Aqui o povo te agarra na rua,
louva seus pingos aos abraços largos.
Pois, se por lá uns te afogam os excessos,
aqui há quem morra porque és ausência.

 Vem ser presente,
engodar a palma.
Que o gado tá magro que chega dá dó.

Que dor
Que dá
E se cantá?
Há de chuvê?

 Oh, menina!
Vê se muda o endereço da visita.
Vê se transporta o sonho fresquinho
das águas bonitas.

 Venha sem quase.
Chegue pra ontem,
que já já o Sol te estanca esse pranto.

O sol,
 mesmo sol que aqui sangra no céu.
O céu,
mesmo céu de esperas sem choro
que aí se lamenta, inunda e se rasga.

 Que te custa trocar o bandoneom do Piazzola
pelo fole furado do Gonzaga?

 "E aí deu saudade!"


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