domingo, 29 de julho de 2012

HOMICÍDIO DE PALAVRAS



Ainda penso em romper de vez com as palavras. Montante de lixo.
Se, pelo menos, biodegradáveis fossem. Mas, não. Perduram, as teimosas... no vento, na língua dos outros, nos pensamentos, papéis velhos. Uma vez que nascem, ficam eternamente nascidas, ecoando, nem que seja para as pedras.

Às vezes, me pergunto se preciso mesmo disso.
Não posso sair de mim de uma outra forma que não seja essa letrada debilóide?
É a maneira que encontrei de me reciclar: gerando esse aterro... estercos, estercos, estercos...

E que ninguém ouse dizer que essas coisas são minhas. Elas não me pertencem.
Sou só eu dando descarga na minha cabeça, escapando de mim como posso, processando o mundo, o tempo, as vertigens...

Mas, ainda vou descobrir um modo menos barulhento de fazer isso.
Ah, vou!

- "Então, por que está escrevendo, idiota?"

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